terça-feira, 4 de junho de 2013

Produzir conservando e conservar produzindo: Incaper apresenta oito recomendações a agricultores na Semana do Meio Ambiente


04/06/2013 - 15h13min

Incaper
Propriedade rural ambientalmente sustentável
Aliar a produção agrícola à preservação do meio ambiente é a marca da agricultura do século XXI. Produzir com sustentabilidade, além de ser necessário para o equilíbrio do planeta, é uma maneira de melhorar a qualidade de vida de quem vive no campo e também das populações urbanas. Além disso, pode ser uma oportunidade de ampliar a renda no meio rural.

“O trabalho coletivo na agricultura, baseado na sustentabilidade, proporciona à comunidade local melhoria na sua renda. Dessa forma, a sociedade como um todo cresce com uma economia fortalecida e promove-se a preservação do meio ambiente, aumentando nossa qualidade de vida”, explicou o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), César Pereira Teixeira.

Para comemorar a Semana do Meio Ambiente, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) apresenta aos agricultores familiares do Espírito Santo oito recomendações, baseadas na sustentabilidade, que devem ser feitas todos os dias para que a propriedade rural esteja adequada ambientalmente. Acompanhe:


1. Proteção das nascentes
A preservação das nascentes e dos ribeirões é importante para garantir qualidade e quantidade de água nas propriedades. Para isso, é de grande importância manter a vegetação nativa nas chamadas áreas de preservação permanente, que são o entorno das nascentes, encostas íngremes, margens de rios e topos de morros. Elas ajudam a manter os recursos hídricos e a proteger animais silvestres da propriedade.

As nascentes devem ser isoladas num raio mínimo de 50 metros da sua fonte, para que a natureza em volta se recupere. É bom lembrar que a nascente não é só o local onde a água brota, mas sim toda a área e a vegetação ao redor, que ajudam a captar e armanezar a água. Também não deve haver animais no local.


2. Agroecologia
A agroecologia é uma ciência que estuda a melhor forma de integrar a agricultura, o ser humano e o meio ambiente. Na prática, ela significa o conjunto de todas as ações com o objetivo de integrar a produção sem agressão ao meio ambiente, como o cultivo sem uso de agrotóxicos ou adubos químicos. A transição agroecológica pode ser feita em áreas pequenas, como em carreiras de café, canteiros de verduras e pés de frutas, diminuindo gradativamente a quantidade de adubos químicos.



Hortas agroecológicas.  



3. Conservação do solo
As principais práticas de proteção do solo são a manutenção da vegetação nas Áreas de Preservação Permanente; plantio em curva de nível com covas intercaladas; faixas de retenção com cana-de-açúcar, capim ou restos de cultura; barraginhas e outras formas de barreiras para evitar erosão; plantio direto sem arar ou gradear a terra e roçar ao invés de capinar; e conservação das estradas. As estradas são uma das principais causas de erosão das terras no meio rural. Por isso, as vias de acesso devem ser bem planejadas e construídas com sistema de drenagem como forma de evitar os processos erosivos.




Caixas secas evitam erosão no solo.  



4. Adequação ambiental
Uma propriedade ambientalmente adequada é aquela que conserva 20% da área da propriedade como Reserva Legal, devidamente averbada em cartório, e mantém as Áreas de Preservação Permanente protegidas e conservadas, como topos de morro, entorno das nascentes, encostas íngremes e margens de córregos e barragens.

Além disso, adota boas práticas agrícolas nos processos produtivos, utiliza técnicas de conservação dos solos, busca a diversificação da produção e o reaproveitamento dos recursos da propriedade.


5. Sistema Agroflorestal
O Sistema Agroflorestal combina o plantio de árvores e culturas agrícolas, com ou sem a presença de animais, em uma mesma área e ao mesmo tempo. As principais vantagens ambientais desse sistema são a adubação natural, que ocorre pelo depósito de folhas e materiais diversos; aumento da capacidade de infiltração da água da chuva no solo; e manutenção da diversidade de plantas. Em termos econômicos, contribui na diversificação da produção, uma vez que há a produção simultânea de mais de uma cultura durante o ano todo. 




Sistema Agroflorestal: Pupunha e café.  



6. Adubação
Quase toda produção sai da propriedade e leva os nutrientes de que as plantas precisam e muito pouco volta para a terra onde tudo é produzido, o que leva o solo a ficar pobre, sendo necessário adubá-lo. Para isso, é recomendado realizar a análise de solo na propriedade, feita gratuitamente pelo Incaper; substituir gradativamente a adubação química pela adubação orgânica, o que reduz os custos de produção. Por meio da compostagem, pode-se reciclar resíduos orgânicos, os quais podem ser usados na adubação.




Plantio direto na palha: alternativa de adubação do solo.  



7. Controle de Pragas e Doenças
O desequilíbrio ambiental priva os animais e insetos de seu habitat natural, provocando pragas e doenças em plantas. Além das orientações anteriores, recomenda-se o uso de bioinseticidas, os quais não contêm produtos químicos nocivos, como calda de fumo, extrato de nim, que reduzem o uso de agrotóxicos. 

A recomendação de variedades de determinadas culturas pelo Incaper, como o Abacaxi Vitória, mais resistentes a doenças, também é uma boa pedida.




Uso de caldas naturais combate pragas e doenças sem agredir o meio ambiente.  



8. Pastagem ecológica
Durante muito tempo, havia a concepção de que árvores no pasto ocupavam lugar do gado. No entanto, percebeu-se que o sombreamento das árvores é vantajoso para os animais. Associado a isso, recomenda-se a utilização do pastoreio rotativo racional, ou seja, o rodízio do gado nos piquetes. Por meio desse sistema, o gado não esgota o pasto e o capim tem tempo para crescer forte e abundante. Espécies boas para o consórcio com pastagens são o sombreiro, gliricídia, ingá, angico vermelho e outras árvores frutíferas e frondosas.




Uso de piquetes nas pastagens melhora a produtividade do leite.  


Informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Incaper
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Texto: Luciana Silvestre
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