Até o próximo dia 28 de junho,
a Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) apresenta uma exposição de literatura erótica.
A mostrareúne cerca de 50 títulos oriundos das várias coleções da instituição e conta com
a curadoria do escritor e professor do Departamentode Comunicação Social da Ufes Erly Vieira Jr.. Entre os livros se destacam obras clássicas do gênero, como o Satyricon,
de Petrônio, aArte de amar, de Ovídio, o Decameron,
de Boccaccio, com belas ilustrações a cores, o Jardim perfumado,
de Nafzawi, o Diálogo dasprostitutas, de Aretino, as Memórias de
Casanova e, como amostra da vasta obra do Marquês de
Sade, Justine. A entrada é franca.
As obras Drácula, de Bram
Stoker, e Entrevista com o vampiro, de Anne Rice, garantem, nas palavras de Erly Vieira Jr.
“a presença dametáfora erótica do vampiro e sua forte capacidade de seduzir”. Outras presenças essenciais são O amante de
Lady Chatterley, de D. H. Lawrence, Ulisses, de Joyce, cuja publicação na Inglaterra e
nos Estados Unidos esteve proibida durante cerca de vinte anos, alémde
Henry Miller (também proibido pela censura), com Sexus, Nabokov,
com Lolita, e Pasolini, com Teorema, e autores de
best-sellers dos anos 1960-70 como Harold Robbins e
Jacqueline Susann.
Dentre os brasileiros comparecem os ícones Nelson Rodrigues,
Cassandra Rios e Hilda Hilst, mais os capixabas Bernadette
Lyra, com o romance Aqui começa a dança, Luiz Guilherme Santos Neves,
com os contos erótico-fantásticos de Torre do delírio, Saulo Ribeiro,
comDiana no Natal, e Reinaldo Santos Neves, com A ceia dominicana, onde se faz um diálogo com Satyricon. Entre as obras poéticasfiguram a poesia homoerótica de
Paulo Sodré e Waldo Motta e também Cantáridas, poemas fesceninos dos anos 1930, compostos porPaulo Vellozo e os irmãos Jayme
e Guilherme Santos Neves.
Concepção da mostra
Todos os textos reunidos na exposição,
de certa forma, remetem à concepção que o francês Georges Bataille fazia do erotismo: umaexperiência limítrofe, indizível, uma ‘perda voluntária do eu’.
Para esse filósofo, trata-se de uma tentativa de
se recuperar umaintimidade originária, perdida com o todo, quando somos concebidos e, portanto,
tornados indivíduos. O desnudamento seria, então, oestado de comunicação entre os corpos que indicaria esse desejo de unir-se ao semelhante, ‘para lá do isolamento em que cada um
denós está voltado’. Não à toa, os franceses chamam o orgasmo de ‘pequena morte’, como se por alguns instantes pudéssemosexperimentar dessa comunhão com
o todo do qual somos originados, explica o curador.
O curador da mostra explica que, paralelamente a essa dimensão sagrada do erotismo, outros autores destacam uma dimensãocotidiana, uma espécie de jogo em que se descobre e
se explora o corpo do outro, esse (não tão obscuro assim) objeto do desejo.
“Roland Barthes, em O prazer do texto, nos sugere que o lugar do erótico,
inclusive nas artes e na literatura, estaria onde o vestido seentreabre, revelando um pequeno pedaço da pele e
nos convidando a imaginar o resto. E foi com
base nessas duas concepções doerotismo que organizei essa mostra das relações entre literatura e erotismo, na qual o visitante está convidado a explorar,
em quatroseções, as nuances desse jogo tão complexo, fascinante e prazeroso”, afirma Erly.
Serviço:
- Exposição Literatura Erótica
Visitação: até 28 de junho de 2013l,
de segunda a sexta-feira
Horário: 8 às 19 horas
- Conferência com
o curador da exposição, Erly Vieira Jr.
Data: 25 de junho de 2013
Horário: 19 horas
Local: Biblioteca Pública do Espírito Santo
- Av. João Batista Parra 165, Praia do Suá - Vitória (ES).
Entrada Franca
Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação/Secult Paula Norbim, Paulo Gois Bastos e Caê
Guimarães Tel.: 3636 7111/ 9902 1607 / 9902 9302 comunicacao@secult.es.gov.br
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