quarta-feira, 5 de junho de 2013

Literatura erótica é tema de exposição na Biblioteca Pública do Espírito Santo


Até o próximo dia 28 de junho, a Biblioteca Pública do Espírito Santo (BPES) apresenta uma exposição de literatura erótica. A mostrareúne cerca de 50 títulos oriundos das várias coleções da instituição e conta com a curadoria do escritor e professor do Departamentode Comunicação Social da Ufes Erly Vieira Jr.. Entre os livros se destacam obras clássicas do gênero, como o Satyricon, de Petrônio, aArte de amar, de Ovídio, o Decameron, de Boccaccio, com belas ilustrações a cores, o Jardim perfumado, de Nafzawi, o Diálogo dasprostitutas, de Aretino, as Memórias de Casanova e, como amostra da vasta obra do Marquês de Sade, Justine. A entrada é franca.

As obras Drácula, de Bram Stoker, e Entrevista com o vampiro, de Anne Rice, garantem, nas palavras de Erly Vieira Jr. “a presença dametáfora erótica do vampiro e sua forte capacidade de seduzir”. Outras presenças essenciais são O amante de Lady Chatterley, de D. H. Lawrence, Ulisses, de Joyce, cuja publicação na Inglaterra e nos Estados Unidos esteve proibida durante cerca de vinte anos, alémde Henry Miller (também proibido pela censura), com Sexus, Nabokov, com Lolita, e Pasolini, com Teorema, e autores de best-sellers dos anos 1960-70 como Harold Robbins e Jacqueline Susann.

Dentre os brasileiros comparecem os ícones Nelson Rodrigues, Cassandra Rios e Hilda Hilst, mais os capixabas Bernadette Lyra, com o romance Aqui começa a dança, Luiz Guilherme Santos Neves, com os contos erótico-fantásticos de Torre do delírio, Saulo Ribeiro, comDiana no Natal, e Reinaldo Santos Neves, com A ceia dominicana, onde se faz um diálogo com Satyricon. Entre as obras poéticasfiguram a poesia homoerótica de Paulo Sodré e Waldo Motta e também Cantáridas, poemas fesceninos dos anos 1930, compostos porPaulo Vellozo e os irmãos Jayme e Guilherme Santos Neves.

Concepção da mostra

Todos os textos reunidos na exposição, de certa forma, remetem à concepção que o francês Georges Bataille fazia do erotismo: umaexperiência limítrofe, indizível, uma ‘perda voluntária do eu’. Para esse filósofo, trata-se de uma tentativa de se recuperar umaintimidade originária, perdida com o todo, quando somos concebidos e, portanto, tornados indivíduos. O desnudamento seria, então, oestado de comunicação entre os corpos que indicaria esse desejo de unir-se ao semelhante, ‘para lá do isolamento em que cada um denós está voltado’. Não à toa, os franceses chamam o orgasmo de ‘pequena morte’, como se por alguns instantes pudéssemosexperimentar dessa comunhão com o todo do qual somos originados, explica o curador.

O curador da mostra explica que, paralelamente a essa dimensão sagrada do erotismo, outros autores destacam uma dimensãocotidiana, uma espécie de jogo em que se descobre e se explora o corpo do outro, esse (não tão obscuro assim) objeto do desejo. “Roland Barthes, em O prazer do texto, nos sugere que o lugar do erótico, inclusive nas artes e na literatura, estaria onde o vestido seentreabre, revelando um pequeno pedaço da pele e nos convidando a imaginar o resto. E foi com base nessas duas concepções doerotismo que organizei essa mostra das relações entre literatura e erotismo, na qual o visitante está convidado a explorar, em quatroseções, as nuances desse jogo tão complexo, fascinante e prazeroso”, afirma Erly.

Serviço:
- Exposição Literatura Erótica
Visitação: até 28 de junho de 2013l, de segunda a sexta-feira
Horário: 8 às 19 horas
- Conferência com o curador da exposição, Erly Vieira Jr.
Data: 25 de junho de 2013
Horário: 19 horas
Local: Biblioteca Pública do Espírito Santo -  Av. João Batista Parra 165, Praia do Suá - Vitória (ES).
Entrada Franca


Informações à Imprensa: Assessoria de Comunicação/Secult Paula Norbim, Paulo Gois Bastos e Caê Guimarães Tel.: 3636 7111/ 9902 1607 / 9902 9302 comunicacao@secult.es.gov.br imprensa@secult.es.gov.br www.secult.es.gov.br


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