segunda-feira, 17 de junho de 2013

Agente socioeducativo, ex-interno do Iases, aconselha adolescentes a mudarem de vida

Referência de mudança. Assim pode-se descrever o que representa o ex-interno do Iases, LucasFernandes, de 20 anos, para os demais adolescentes em conflito com a lei que atualmente cumpremmedidas socioeducativas no CSE, em Cariacica. O jovem  esteve apreendido quando menor deidade mas decidiu dar rumo e sentido diferentes à sua história ao perceber que estava sedistanciando cada vez mais da família, dos bons amigos, e privando-se de liberdade.


Apreendido três vezes, foi na última, quando ficou internado no Centro Socioeducativo do Espírito Santo por envolvimento com o tráfico de drogas, que o rapaz decidiu optar por reescrever suatrajetória. Ele não só apagou o passado que o levou a entrar para o crime, como virou referência positiva para dezenas de adolescentes que hoje estão no sistema. Para vê-los longe da criminalidade após saírem, Lucas se esforça para ajudar na recuperação dos socioeducandos, sendo visto por muitos como uma referência e grande fonte de inspiração. Um “padrinho”, na linguagem dos internos.

Depois de cumprir medida de ressocialização, Lucas procurou trabalho e encontrou na própria unidade a verdadeira vocação. Hoje ele é agente socioeducativo e colocou como missão de vida disseminar palavras de motivação e força de vontade para os adolescentes, alertando e aconselhando sobre os riscos que a vida no crime proporciona

“Tento mostrar para eles que se houver força de vontade, nada pode impedi-los de mudar. O sistema dá as ferramentas para a mudança desses meninos. A questão é saber aproveitar a oportunidade, saber que a droga e o crime são coisas momentâneas, e que a liberdade vale muito mais”.

Lucas se envolveu com o tráfico de entorpecentes aos 14 anos e agora, longe de qualquer delito, aponta a falta de diálogo com os pais como fator determinante para que adolescentes sigam no caminho errado. “Não tinha muito diálogo com meus pais, por isso não gostava muito de ficar em casa, sabia que sempre ia acabar em confusão. Preferia ficar com o pessoal da rua, que mexia com essas coisas (tráfico). Eles me davam mais atenção. Foi aí que tudo começou”.

Dentro da unidade o jovem recebeu atendimento, foi assistido por psicólogos e assistentes sociais, frequentou salas de aula e participou de forma ativa das oficinas e cursos oferecidos. Entendeu conceitos que o ajudaram a ter autocontrole e foco em planejamentos. Aos poucos, foi se reaproximando dos familiares, estreitou laços com o irmão e passou a dialogar com o pai. “Aqui dentro fui tratado de igual para igual, e isso é fundamental no processo de ressocialização de qualquer infrator”.

Atualmente casado e arrependido de seus atos do passado, ele se diz completamente ressocializado e apto para ajudar meninos com histórias semelhantes à sua.  A história de Lucas terá novos capítulos em breve. Matriculado em um curso voltado para a área de segurança, Lucas tem pretensões de seguir como educador na unidade, auxiliando na área terapêutica com os adolescentes, e ainda em um futuro próximo, cursar direito e ser delegado para ajudar a combater o crime.

“Falo para todos os adolescentes que valorizem os pais e as mães. E que os pais e mães ouçam mais os filhos. Procurem saber onde eles estão e com quem estão. Dialoguem, conversem, busquem o entendimento. Hoje, sempre que chego em casa, converso com meu irmão, com minha mãe, sento para dialogar com meu pai, procuro saber como foi o dia deles, se teve alguma coisa diferente, alguma notícia boa. O crime é coisa ilusória e quando você está no fundo do poço, todos aqueles que se diziam amigos, desaparecem”.


Informações à Imprensa: Assessoria de Comunicação do Iases Max Torezani Tel: (27)3636.5484/9932.7739 E-mail: comunicacaoiases@yahoo.com.br comunicacao@iases.es.gov.br Texto: Geovana Chrystêllo

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