sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ações marcam o Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo em Vitória



Marcos Salles
auditório com diversos negros na platéia
Pessoas vão poder participar de mesa redonda sobre os direitos da população negra
Mesa redonda, exposição, audiência pública, entre outras atividades, irão marcar as comemorações do Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo, celebrado nesta segunda-feira (13), em Vitória. As ações começam nesta sexta (10) e vão até o próximo dia 17, tendo como proposta promover a reflexão sobre os direitos da população negra.
Nesta sexta (10), às 19 horas, acontece a mesa de conversa "Políticas públicas de promoção da igualdade racial e de gênero". O evento, que é aberto ao público, vai acontecer no auditório da Casa do Cidadão, em Itararé, e vai reunir representantes dos conselhos municipais da Mulher e Direitos Humanos, além da militância de movimentos sociais capixabas e sociedade civil organizada.
A mesa de conversa contará também com a presença da vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento, com reconhecida atuação nos direitos da população negra e das mulheres, sendo uma das fundadoras do Instituto Steve Biko. Na ocasião, será apresentado um mural relacionado à data 13 de maio, que ficará em exposição durante a semana na Casa do Cidadão.
Já nesta segunda-feira (13), às 17 horas, "Cotas Raciais em Vitória: Ações Afirmativas no Enfrentamento do Racismo" será tema de debate de audiência pública na Câmara Municipal. A gerente de Política de Gênero e Igualdade Racial da Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos, Ariane Meireles, destaca a importância da data.
"Para a população brasileira, a data 13 de maio, por muitos anos, significou a memória da libertação de povos escravizados. Era a data da assinatura da Lei Áurea. O movimento social de negros e negras organizado ressignificou esta data, transformando-a em Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo", explica Meireles.
A gerente ressalta ainda que a luta da população negra com as inúmeras insurreições, formações dos quilombos, assim como ícones negros responsáveis pela libertação da escravidão, como Zumbi dos Palmares, Chico Prego e Constância de Angola, são pouco conhecidos no universo escolar. "As lutas de hoje, passados 125 anos da assinatura da Lei Áurea, traduzem-se em conquistas de direitos todavia negados à maioria da população negra. Entre esses direitos, estão conhecer a verdadeira história dos povos negros nas escolas", destaca.
Samira Gasparini
Mulher é atendida por funcionária do Cavvid
Cavvid atende morador de Vitória vítima de violação dos direitos humanos

Cavvid

A Secretaria Municipal de Direitos Humanos, localizada em Itararé, conta com a Coordenação de Atendimento às Vítimas de Violência e Discriminação (Cavvid), que atende morador de Vitória vítima de violação dos direitos humanos. Com foco na violência doméstica, discriminação de gênero, racial e por orientação sexual, a coordenação busca construir uma rede de proteção de direitos e coibir atitudes violentas e discriminatórias.
A coordenação é um espaço de atendimento psicológico e social sobre direitos humanos e garantias legais. O atendimento integral e humanizado visa fortalecer a autoestima das vítimas, autores e familiares, propiciar condições pessoais e coletivas para o exercício da cidadania e dar resolutividade aos problemas apresentados e assim, alcançar mudança de comportamento e a garantia de seus direitos.
Segundo a gerente de Políticas de Gênero e Igualdade Racial da Semcid, Ariane Meireles, o espaço ainda é pouco procurado. "Sabemos que diariamente muitos negros e negras são vítimas de discriminação racial. Entretanto, ainda recebemos poucas denúncias deste tipo na Cavvid. É fundamental que este tipo de violação seja denunciado. Não podemos mais deixar passar em branco".
No caso de violência doméstica, de gênero e discriminação racial, a coordenação recebe apenas os moradores de Vitória. No entanto, nos casos de discriminação por orientação sexual, o atendimento abrange todo o estado. O atendimento é realizado de modo que o enfrentamento da situação de violência e discriminação considere a relação estabelecida entre as pessoas em suas práticas cotidianas e culturais.

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